“A Origem” conquista os críticos de Ohio

7 jan

O Central Ohio Film Critics, conhecido prêmio interno dos Estados Unidos, premiou A Origem nas suas principais categorias. Ano passado, o filme Amor sem Escalas foi o grande vencedor da premiação. Veja a lista completa:

 

 

MELHOR FILME
1. A Origem
2. A Rede Social
3. O Discurso do Rei
4. Cisne Negro
5. Toy Story 3
6. Bravura Indômita
7. 127 Horas
8. O Vencedor
9. Inverno da Alma
10. Exit Through the Gift Shop

MELHOR DIRETOR
Christopher Nolan, A Origem
Runner-Up: David Fincher, A Rede Social

MELHOR ATOR
James Franco, 127 Horas
Runner-Up: Colin Firth, O Discurso do Rei

MELHOR ATRIZ
Natalie Portman, Cisne Negro
Runner-Up: Jennifer Lawrence, Inverno da Alma

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Geoffrey Rush, O Discurso do Rei
Runner-Up: Christian Bale, O Vencedor

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Hailee Steinfeld, Bravura Indômita
Runner-Up: Amy Adams, O Vencedor

MELHOR ELENCO
O Vencedor
Runner-Up: Bravura Indômita

ATUAÇÃO DO ANO (por um exemplar conjunto de trabalho)
James Franco, 127 Horas, Uma Noite Fora de Série, Comer Rezar Amar, Howl
Runner-Up: Chloe Moretz, Diário de Uma Banana, Kick-Ass, Deixe-me Entrar

ARTISTA REVELAÇÃO
Chloe Moretz, Diário de Uma Banana, Kick-Ass, Deixe-me Entrar
Runner-Up: Jennifer Lawrence, Inverno da Alma

MELHOR FOTOGRAFIA
Roger Deakins, Bravura Indômita
Runner-Up: Matthew Libatique, Cisne Negro

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Aaron Sorkin, A Rede Social
Runner-Up: Michael Arndt, Toy Story 3

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Christopher Nolan, A Origem
Runner-Up: Mark Heyman, Andrés Heinz e John McLaughlin, Cisne Negro

MELHOR TRILHA SONORA
Hans Zimmer, A Origem
Runner-Up: Trent Reznor e Atticus Ross, A Rede Social

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Exit Through the Gift Shop
Runner-Up: Joan Rivers: A Piece of Work

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Mother – A Busca Pela Verdade
Runner-Up: A Fita Branca

MELHOR ANIMAÇÃO
Toy Story 3
Runner-Up: Meu Malvado Favorito

MELHOR FILME NEGLIGENCIADO
Sentimento de Culpa
Runner-Up: Scott Pilgrim Contra o Mundo

 

Fonte: Cineplayers

 

Belas Artes vai fechar as portas

6 jan

O Cine Belas Artes, tradicional cinema de rua de São Paulo localizado na esquina da Consolação com a Paulista, vai fechar as portas em fevereiro. O proprietário, Flávio Maluf, pediu o terreno de volta no final de dezembro a fim de construir uma loja, que ficará ao lado da Estação Paulista do Metrô.

O Belas Artes é conhecido pelo público paulistano há quase 70 anos, principalmente por ter sido o local onde diversosdiretores mundialmente reconhecidos escolheram para estrear seus filmes. “Ano Passado em Marienbad” de Alain Resnais, por exemplo, foi um desses lançamentos.

Em março de 2010, quando o banco HSBC interrompeu o patrocínio, veio a público a ameaça de que o cinema de rua poderia fechar. A população da cidade de São Paulo se mobilizou e milhares de pessoas participaram da campanha no Twitter para encontrar um novo patrocínio para o Belas Artes. Além deles, vários restaurantes lançaram promoções a fim de conseguir fundos para salvar o cinema. A campanha deu certo e em novembro do ano passado, o dono André Sturm, anunciou que em breve um novo contrato seria fechado com uma outra empresa e também com Flávio Maluf. Este, no entanto, não cumpriu o que estava combinado.

Assim, fecha as portas uma das poucas fontes de cultura que restaram em São Paulo. No lugar, mais uma fonte de consumo vai abrir, muitíssimo bem localizada numa das rua mais movimentadas da cidade e bem de esquina com a Avenida Paulista, ao lado de uma estação do metrô. Só tenho a lamentar…

MAS VOCÊ AINDA PODE IMPEDIR O FECHAMENTO DO BELAS ARTES!

Assine este abaixo assinado e divulgue por ai. Não custa nada. Um pequeno gesto seu contribui e muito para que o Cine Belas Artes continue funcionando.

Cinema Audio Society divulga indicados

6 jan

O CAS, Cinema Audio Society, anunciou hoje a sua lista de cinco nomes ao prêmio de Melhor Mixagem de Som. É o principal termômetro para a categoria de mesmo nome do Oscar. Os indicados são:

 

Melhor Mixagem de Som:

 

"CISNE NEGRO" de Darren Aranofsky

"A ORIGEM" de Christopher Nolan

"BRAVURA INDÔMITA" de Ethan e Joel Coen

"ILHA DO MEDO" de Martin Scorsese

"A REDE SOCIAL" de David Fincher

Art Directors Guild divulga seus indicados

5 jan

O Art Directors Guild, mais conhecido como Sindicato dos Diretores de Arte, anunciou hoje a sua lista de indicados ao prêmio, considerado por muitos a principal prévia para o Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Para ver a imagem dos cenários de cada filme.

Direção de Arte em Filme Contemporâneo

127 Horas
Cisne Negro
O Vencedor
A Rede Social
Atração Perigosa

Direção de Arte em Filme de Época

Get Low
O Discurso do Rei
Robin Hood
Ilha do Medo
Bravura Indômita

Direção de Arte em Filme de Fantasia

Alice no País das Maravilhas
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I
A Origem
Tron – O Legado

Apostas para o Oscar 2011: Parte I

4 jan

Vou começar a publicar minhas previsões para o Oscar 2011 em todas as categorias. Para quem não sabe, estamos chegando a um ponto crucial da temporada de premiações, faltando muito pouco para a cerimônia do Globo de Ouro e em meio a divulgações de listas, sindicatos, etc. No panorama atual, ao meu ver, os mais prováveis indicados ao Oscar são esses:

Cartaz oficial do Oscar 2011

 

Melhor Filme:

1. A Rede Social

2. O Discurso do Rei

3. A Origem

4. O Vencedor

5. Cisne Negro

6. Toy Story 3

7. Bravura Indômita

8. Minhas Mães e Meu Pai

9. 127 Horas

10. Inverno da Alma

Runner up: Atração Perigosa

Melhor Direção:

1. David Fincher – A Rede Social

2. Christopher Nolan – A Origem

3. Tom Hopper – O Discurso do Rei

4. Darren Aranofsky – Cisne Negro

5. Danny Boyle – 127 Horas

Runner up: Joel e Ethan Coen – Bravura Indômita

Melhor Ator:

1. Colin Firth – O Discurso do Rei

2. Jesse Eisenberg – A Rede Social

3. Jeff Bridges – Bravura Indômita

4. James Franco – 127 Horas

5. Robert Duvall – Get Low

Runner up: Ryan Gosling – Blue Valentine

Melhor Atriz:

1. Natalie Portman – Cisne Negro

2. Annette Bening – Minhas Mães e Meu Pai

3. Jennifer Lawrence – Inverno da Alma

4. Nicole Kidman – Rabbit Hole

5. Michelle Williams – Blue Valentine

Runner up: Lesley Manville – Another Year

Melhor Ator Coadjuvante:

1. Christian Bale – O Vencedor

2. Geoffrey Rush – O Discurso do Rei

3. Mark Ruffalo – Minhas Mães e Meu Pai

4. Jeremy Renner – Atração Perigosa

5. Andrew Garfield – A Rede Social

Runner up: John Hawkes – Inverno da Alma

Melhor Atriz Coadjuvante:

1. Melissa Leo – O Vencedor

2. Helena Bonham Carter – O Discurso do Rei

3. Amy Adams – O Vencedor

4. Hailee Steinfield – Bravura Indômita

5. Jacki Weaver – Reino Animal

Runner up: Mila Kunis – Cisne Negro

Melhor Roteiro Adaptado:

1. A Rede Social

2. Bravura Indômita

3. 127 Horas

4. Inverno da Alma

5. Toy Story 3

Runner up: Atração Perigosa

Melhor Roteiro Original:

1. Minhas Mães e Meu Pai

2. A Origem

3. O Discurso do Rei

4. Cisne Negro

5. O Vencedor

Runner up: Another Year

Melhores Efeitos Visuais:

1. A Origem

2. Alice no País das Maravilhas

3. Tron – O Legado

4. Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I

5. Homem de Ferro 2

Runner up: Fúria de Titãs

Melhor Mixagem de Som:

1. A Origem

2. Bravura Indômita

3. Toy Story 3

4. Tron – O Legado

5. Cisne Negro

Runner up: A Rede Social

Melhor Edição de Som:

1. A Origem

2. Toy Story 3

3. Bravura Indômita

4. Como Treinar Seu Dragão

5. Tron – O Legado

Runner up: Alice no País das Maravilhas

Melhor Maquiagem:

1. Alice no País das Maravilhas

2. Cisne Negro

3. Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I

Runner up: Bravura Indômita

Melhor Figurino:

1. Alice no País das Maravilhas

2. Bravura Indômita

3. O Discurso do Rei

4. Ilha do Medo

5. Cisne Negro

Runner up: Robin Hood

Melhor Fotografia:

1. Cisne Negro

2. Bravura Indômita

3. A Origem

4. O Discurso do Rei

5. A Rede Social

Runner up: 127 Horas

Melhor Direção de Arte:

1. A Origem

2. Alice no País das Maravilhas

3. O Discurso do Rei

4. Bravura Indômita

5. Ilha do Medo

Runner up: Cisne Negro

Melhor Montagem:

1. A Rede Social

2. A Origem

3. O Discurso do Rei

4. 127 Horas

5. Cisne Negro

Runner up: Bravura Indômita

Melhor Trilha Sonora:

1. A Origem

2. A Rede Social

3. Não Me Abandone Jamais

4. O Discurso do Rei

5. Alice no País das Maravilhas

Runner up: 127 Horas

Melhor Canção:

1. Burlesque – “You Haven’t Seen the Last of Me Yet”

2. Waiting for Superman – “Shine”

3. 127 Horas – “If I Rise”

4. Toy Story 3 – “We Belong Together”

5. Enrolados – “I See the Light”

Runner up: Country Strong – “Coming Home”

Melhor Animação:

1. Toy Story 3

2. Como Treinar seu Dragão

3. O Mágico

Runner up: Meu Malvado Favorito

Melhor Filme Estrangeiro:

1. Biutiful (México)

2. Irreversível (França)

3. Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (Tailândia)

4. Incendies (Canadá)

5. Sons of Babylon (Iraque)

Runner up: Lula – O Filho do Brasil (Brasil)

Melhor Documentário:

1. Inside Job

2. Waiting for Superman

3. The Tillman Story

4. Earth Made of Glass

5. Smash his Camera

Runner up: Client 9: The Rise and Fall of Eliot Spitzer

 


PGA e WGA anunciam seus indicados

4 jan

Dois dos sindicatos mais importantes dos Estados Unidos anunciaram seus indicados hoje. O Producers Guild Awards, o prêmio dos produtores, é considerado a prévia mais relevante do Oscar de Melhor Filme. A relação completa dos indicados segue abaixo:

 

Os filmes… (prévia de Melhor Filme):

127 Horas

Bravura Indômita

A Origem

A Rede Social

Minhas Mães e Meu Pai

O Discurso do Rei

O Vencedor

Cisne Negro

Atração Perigosa

Toy Story 3

 

As animações… (prévia de Melhor Animação):

Meu Malvado Favorito

Toy Story 3

Como Treinar Seu Dragão

 

Os documentários… (prévia de Melhor Documentáiro):

Inside Job

Waiting for Superman

Smach his Camera

Earth Made of Glass

Client 9: The Rise and Fall of Eliot Spitzer

The Tillman Story

 

A lista dos longa metragens seguiu mais ou menos a linha do esperado. Pelo menos nove dos dez indicados já tinham vaga praticamente garantida na premiação, e, portanto, no Oscar também. A única ausência inesperada foi do filme Inverno da Alma, aclamado pela crítica americana e que veio abocanhando diversos prêmios dentro do território estadunidense. Em seu lugar, ficou o mais novo trabalho do ator Ben Affleck na direção, Atração Perigosa. Ambos devem disputar a última vaga restante no Oscar de Melhor Filme, isso é, se a Academia de Hollywood não vier com mais uma de suas surpresas.

"Inverno da Alma" e "Atração Perigosa"

 

 

Dentre as animações indicadas, a presença de pelo menos duas delas já eram esperadas: Toy Story 3, que também apareceu na lista principal, e Como Treinar seu Dragão eram apostas certas e certamente estarão no Oscar na categoria. A única indicação inesperada pertence a Meu Malvado Favorito, uma animação de sucesso porém muito, mas muito ruim. Esperava-se que pelo menos dois outros filmes pudessem aparecer antes de Despicable Me. Eram os casos de Enrolados, a produção de 260 milhões de dólares da Disney, e O Mágico, aclamada animação francesa. Assim, fica difícil prever qual filme preencherá a terceira vaga no Oscar.

A única surpresa entre os documentário foi o número de indicados. Desta vez foram seis produções nomeadas ao prêmio dos produtores, dentre as quais estão filmes já bastante conhecidos de outras premiações. É o caso de Inside Job, que aborda a crise econômica mundial de 2008 através de uma análise bastante interessante, e Waiting for Superman, que trata do polêmico assunto da educação nos Estados Unidos. Suas vagas já estão garantidas no Oscar, e o prêmio talvez acabe ficando com um deles.

Imagem do documentário "Waiting for Superman"

Imagem do documentário "Waiting for Superman"

 

Já o Writers Guild Awards, mais conhecido por aí como o WGA, é o prêmio organizado pelo Sindicato dos Roteiristas dos EUA. Aqui, pelo menos duas categorias nos interessam, e são justamente essas que aparecem no Oscar: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Roteiro Original.

O WGA possui tantas regras que fica difícil imaginar como eles conseguem escolher seus indicados. Animações nunca são indicadas e todos os anos o sindicato libera uma lista dos roteiros desqualificados para a indicação ao prêmio, considerado a principal prévia do Oscar nas categorias de script. Neste ano, um dos grandes favoritos do ano, o drama O Discurso do Rei, assim como BiutifulBlue ValentineO Escritor FantasmaAnother YearNão Me Abandone JamaisMade in DagenhamScott Pilgrim Contra o MundoInverno da AlmaZona VerdeAmor e Outras DrogasO Garoto de LiverpoolThe Way Back foram desclassificados e não puderam receber indicações. Sendo assim, a lista dos nomeados ficou da seguinte maneira:

 

Melhor Roteiro Adaptado:

A Rede Social

Atração Perigosa

127 Horas

Bravura Indômita

O Golpista do Ano

 

Melhor Roteiro Original:

Minhas Mães e Meu Pai

Cisne Negro

O Vencedor

A Origem

Sentimento de Culpa

 

"O Discurso do Rei" deve entrar no lugar de "Sentimento de Culpa" na categoria Melhor Roteiro Original.

 

 

Não fica muito difícil prever o que acontecerá no Oscar. Como O Discurso do Rei deve ser indicado em diversas categorias, incluindo Melhor Filme e Direção, o roteiro original escrito por David Seidler deve tomar o lugar do script que Nicole Holofcener escreveu para Sentimento de Culpa. E na categoria Melhor Roteiro Adaptado, o roteiro de O Golpista do Ano deve dar lugar para Toy Story 3 e Atração Perigosa disputa com Inverno da Alma a última vaga. Isso, mais uma vez, se não der a louca na Academia.


O cinema em 2010

3 jan

Cada um comemora o ano novo de maneira diferente. Tem quem prefira passar com a família, vestir-se de branco, ir à praia assistir aos fogos de artifício, encaminhar-se lentamente até a beirada do mar com um buquê de rosas brancas nas mãos e fazer sua oferenda à Iemanjá, a rainha do mar. Também tem quem prefira passar o reveillon com os amigos, vestir-se de vermelho, beber todas a noite inteira e só terminar de comemorar a chegada do ano novo ao amanhecer do primeiro dia de janeiro. Conversando com um bom e velho amigo cinéfilo, descobri uma outra forma de se celebrar o reveillon: sentado em seu sofá, tomando uma taça de vinho tinto com todas as luzes da sala apagadas e somente a tela da televisão ligada. Nela, o melhor filme do ano. Claro que cada um tem o seu, mas é justamente ai que reside o maior prazer que um cinéfilo de verdade pode encontrar. Ao invés da barulheira dos fogos de artifício que pintam o céu das mais diversas cores ou da mesa de ano novo farta de carnes, tortas e bolos, aquele filme que mais lhe chamou a atenção durante todo o ano que está terminando.

O filme, no caso deste meu amigo, é Vencer, do diretor italiano Marco Bellocchio. Considerado por ele, por mim e por vários outros críticos internacionais como o melhor filme de 2010, Vincere é muito provavelmente a obra mais completa e magnífica de toda a carreira do cineasta Bellocchio. Este, que já foi responsável por verdadeiras obras-de-arte como “De Punhos Cerrados”, “A China Está Próxima”, “A Hora da Religião”, “Bom Dia, Noite” e “O Casamento”, realiza aqui um trabalho grandioso, que retrata com perfeição o relacionamento entre Ida Dalser (interpretada pela maravilhosa Giovanna Mezzogiorno) e o até então futuro ditador italiano Benito Mussolini (o ótimo Filippo Timi) e todo o seu desenrolar dramático, político e chocante. Dono de enquadramentos perfeitos e da mais linda trilha sonora, Vincere possui pelo menos uma dúzia de momentos que devem entrar para sempre na história do cinema italiano, como a cena do choro de Ida ao ver Charles Chaplin chorar.

Ainda que seja um programa perfeito para o ano novo, uma vez que “Vencer” é sem dúvida nenhuma uma obra extremamente relevante tanto no sentido histórico quanto dentro da estética cinematográfica, não seria nada ruim passar a virada do ano na companhia de Christopher Nolan e suas maravilhosas e delirantes sequências de sonhos em A Origem, um marco do cinema comercial norte-americano. Sendo um dos últimos filmes a serem lançados na primeira década do século XXI, Inception surpreendeu o mundo com a agilidade e criatividade com as quais Nolan contou uma história mirabolante e nada falha de sonhos. Fazendo a cabeça do espectador girar com sequências nada menos que brilhantes (a cena sem gravidade é uma das mais sensacionais vistas no ano de 2010, por exemplo), Nolan cria camadas e mais camadas de enredo misturando mitologia, arquitetura e muita, mas muita ação. Para quem já tinha provado do seu calibre em Batman – O Cavaleiro das Trevas, a obra-prima definitiva das adaptações de HQ’s, assistir ao desenrolar crônico de “A Origem”, onde Nolan brinca com o tempo e com o inconsciente humano foi, sem sombra de dúvida, uma das experiências mais marcantes do cinema em 2010. Até hoje as pessoas se perguntam: afinal, o totem parou ou não de girar? Ora, se realmente importa, nem o próprio Christopher Nolan deve saber a resposta.

Mas para quem pensa que já tinha visto de tudo em outros filmes filmados dentro de um presídio, não tinha assistido a O Profeta ainda. O novo trabalho do cineasta francês Jacques Audiard, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010, é nada mais do que a obra-prima francesa do ano que terminou semana passada. E dizer isso quando se tem como concorrente o ativo e genial Alain Resnais e seu Ervas Daninhas é um tanto quanto astuto de minha parte. Un Prophète é um daqueles filmes que a gente assiste e simplesmente não quer que acabe. Dono de um roteiro nada menos que perfeito, e com atuações e direção de mestre, o longa conta a história de como o analfabeto Malik El Djebena, meio árabe, meio córsico, conseguiu tornar-se um verdadeiro líder da principal facção criminosa atuante dentro dos presídios da França. A forma como Audiard desenvolve a narrativa é digna dos maiores elogios e o próprio protagonista, o inexperiente Tahar Rahim, acabou abocanhando diversos troféus ao redor do mundo por sua interpretação de primeiríssima qualidade.

Mas não pense que só cineastas de fora são capazes de filmar e finalizar obras-primas. Neste ano que passou, mais de 10 milhões de brasileiros puderam conferir nos cinemas aquele que talvez seja a obra nacional mais importante do século até aqui. Tropa de Elite 2, sequência do fenômeno de público – e pirataria – que acabou levando o Leão de Ouro em Berlim, tornou-se recentemente o filme mais visto no Brasil de todos os tempos. Essa marca já havia sido batida no próprio ano de 2010, quando Avatar chegou “chegando” e arrastou milhões de pessoas aos cinemas para ver o que havia de novo na tecnologia 3D. “Tropa de Elite 2” ficou a cargo mais uma vez do diretor José Padilha, que conseguiu superar-se mais uma vez e entregou uma obra gigante, chocante e muitíssimo bem filmada. “Tropa 2”, dizem alguns por aí, é o filme que todo brasileiro precisava assistir. E, cá pra nós, em pleno ano de eleição, assistir a essa verdadeira depressão política não era lá uma ideia muito animadora. Extremamente realista, o longa mostra o quão jogo é o sistema político no Brasil e mostra que a triste realidade está longe de acabar. O lendário Capitão Nascimento, que pouco tempo depois de chegar aos cinemas com o primeiro Tropa de Elite já caiu na boca do povo, aqui torna-se um herói brasileiro. E Wagner Moura, mais uma vez responsável pela interpretação do personagem, não deixou barato e entregou mais uma atuação brilhante. Eu poderia ficar dias aqui escrevendo o quanto “Tropa de Elite 2” representa para o cinema nacional, mas tudo já foi dito. Eis um filme de relevância absurda, que figura entre os melhores filmes do ano e não à toa, merece o sucesso que tem.

E por falar em sucesso, ainda que bem menor do que o justo, Quentin Tarantino é atualmente um dos diretores mais procurados pelo público. Depois do sucesso e das oito indicações de Bastardos Inglórios no Oscar 2010, chegou aos cinemas brasileiros – com três anos de atraso – um dos filmes menos conhecidos do cineasta americano. À Prova de Morte, parte do projeto Grindhouse desenvolvido também por Robert Rodriguez, é mais um dos típicos filmes de Tarantino, com as boas e velhas tarantinices que fazem valer o gênero tarantinesco de seus trabalhos. Traduzindo, Death Proof é mais uma obra sensacional que entrou para a filmografia de QT em 2007 e só pôde ser conferida na tela gigante ano passado. Longos diálogos, personagens femininas marcantes, violência explícita e exacerbada e todos os outros maneirismos típicos do cinema de Tarantino estão aqui presentes mais uma vez. “À Prova de Morte”, na realidade, aparenta ser sua obra mais sincera, e não por acaso, a mais do estilo “ame-o ou deixe-o”. “Death Proof” é um daqueles filmes cujos admiradores são poucos, mas cuja qualidade salta aos olhos daqueles que de fato gostam do cinema sujo e delirante de Quentin Tarantino. O lap dance, a perseguição, o acidente de carro, as cores fortes no contraste com o preto no branco, a trilha sonora ousada e contagiante e o final são somente alguns dos momentos que fazem a espera de três anos valer e muito a pena.

Mas se existe satisfação maior para um cinéfilo do que ver um Martin Scorsese, no auge do seus 68 anos de idade, aventurar-se por mares nunca dante navegados, eu não conheço. A empreitada do consagrado cineasta dos filmes de máfia, como Os Bons Companheiros, Os Infiltrados, Cassino e também de outras eternas obras-primas como Taxi Driver e Touro Indomável no mundo do suspense não poderia ser melhor. Ilha do Medo estreou no início de 2010 e mesmo assim sobreviveu aos mais diversos lançamentos e manteve-se firme na lista dos melhores filmes do ano. Contando com uma pitada bastante sinuosa do cinema de Stanley Kubrick em O Iluminado e também da presença marcante de Alfred Hitchcock em todas as suas contribuições para o suspense no cinema, Scorsese brinca com o espectador de forma instigante e revela um filme de sequências magníficas e muito bem sitiadas por uma atuação de mestre de Leonardo DiCaprio. Apesar das críticas à previbilidade da trama, um final alternativo não deve ser descartado e o espectador, que julga-se muito sagaz, pode acabar se surpreendendo com a própria ingenuidade. Shutter Island é um filme interessantíssimo, superior inclusive a “Os Infiltrados”, que deu o Oscar à Scorsese, e que prima pela beleza técnica e por um trabalho de direção nada menos que ótimo. Imperdível, por todos esses e outros motivos.

Outra produção que merece todo destaque é Toy Story 3, a mais recente obra-prima da Pixar. Segundo o site Rotten Tomatoes, 99% da crítica mundial aprovou o terceiro filme da série de brinquedos animados que conquista crianças e adultos há mais de 15 anos. A mesma equipe que se uniu para criar a primeira animação totalmente digitalizada da história do cinema, que no caso é o primeiro Toy Story, reuniu-se mais uma vez para trazer ao mundo a segunda sequência da história de Woody e Buzz Lightyear. Apresentando temas importantes como o crescimento e os velhos conceitos de amizade e união, “Toy Story 3” levou plateias às lágrimas ao trazer à tona a nostalgia que muitas “crianças crescidas” sentem ao lembrar da infância. Sem dúvidas, é um trabalho de animação de primeira qualidade que funciona perfeitamente tanto com crianças, ao apresentar sequências divertidas dentro da creche, por exemplo, quanto por adultos, que sentem a mensagem que o filme passa com maior naturalidade. Um dos filmes mais lindos e queridos do ano, que entrou para a história não só pela relevância trazida ao mundo cinematográfico, mas também por ter se tornado a primeira animação a ultrapassar a marca do 1 bilhão de dólares nas bilheterias mundiais.

Recentemente acusado de um antigo crime de abuso sexual contra uma menina de 13 anos, o cineasta francês Roman Polanski não deixa de ser rei. Mesmo longe, o diretor trouxe aos cinemas seu mais recente trabalho, um thriller de suspense genial, cujas incontáveis qualidades contribuem para a formação de uma obra-prima moderna, rica em detalhes e muito, mas muito interessante. O Escritor Fantasma é um filme repleto de belas nuances e cheio dos requintes típicos do cinema de Polanski. Bem desenvolvido, com uma direção segura e boas atuações – especialmente de Olivia Williams – The Ghost Writer é um daqueles longas que vale acompanhar até o fim somente para ter o prazer de assistir a um dos planos-sequência mais brilhantes do ano, que compõe justamente o seu ato final. Lindo do início ao fim, contando ainda com o sempre competente trabalho do compositor Alexandre Desplat na trilha sonora, “O Escritor Fantasma” é a comprovação da majestade de Roman Polanski.

Não é fácil destacar-se perto de “Toy Story 3”, ainda mais quando se é uma animação feita de argila. Pois é, Adam Elliot mostra que o talento mostrado em Harvey Krumpet não foi somente um espasmo de criatividade e competência apresentado pelo cineasta. Ele lança no mundo mais uma animação de primeiríssima linha, simples em sua composição, mas extremamente rica de conteúdo. Mary & Max – Uma Amizade Diferente é uma mistura deliciosa de gêneros, que apresenta temas adultos como a obesidade, solidão, abandono, suicídio e velhice, mas que os mostra de forma sutil, inquietante e, por vezes, muito divertida. O relacionamento de uma menina ignorante e largada na Austrália com um homem solitário de Nova York comoveu e fez rir plateias no mundo inteiro e com certeza merece ser visto por você, caro leitor. Uma animação agridoce e muito rica.

Um dos destaques do Oscar, Amor sem Escalas é outro exemplo de filme que, mesmo tendo sido lançado no início em janeiro do ano passado, permaneceu na lista de melhores filmes de 2010. Dirigido de forma intensa por Jason Reitman, premiado em diversas ocasiões pelo trabalho realizado aqui, Up in the Air é um interessante retrato dos Estados Unidos em meio à crise que se alastrou mundo afora. Distanciando-se um pouco dos grandes aglomerados urbanos, tais como Los Angeles, Washington D.C. e Nova York, o filme concentra-se em cidades menores, onde a passagem da crise é exibida de forma diferenciada. “Amor sem Escalas” conta com uma montagem bastante ágil e músicas de extremo bom gosto, mas o destaque mesmo fica por conta do elenco. Desde um frio e distante George Clooney, que entrega aqui sua melhor interpretação, até a veterana e pouco requisitada Vera Farmiga, o longa passa inclusive por um rosto revelado na Saga Crepúsculo. Anna Kendrick mostra que, quando encontra um papel decente para trabalhar em cima, é capaz de grandes feitos.

Enfim, 2010 foi um ano e tanto. Foi o ano em que pelo menos três filmes ultrapassaram a barreira do 1 bilhão de dólares nas bilheterias. Fora “Toy Story 3”, o novo filme de Tim Burton Alice no País das Maravilhas, e o que se tornou hoje a maior bilheteria da história do cinema, o gigasucesso “Avatar” (quebrando inclusive a marca dos 2 bilhões de dólares arrecadados), foram os outros dois novos bilionários do ano. 2010 foi marcado também pela estreia de outros grandes blockbusters. A sequência Homem de Ferro 2 e o fenômeno de público A Saga Crepúsculo: Eclipse foram dois dos maiores sucessos do ano que terminou e. mais tarde, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I, que ainda está em cartaz nos cinemas, estreou e ajudou a quebrar outros recordes. Foi também a vez de o terceiro filme de Nárnia chegar aos cinemas, As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada, da competente animação da Dreamworks divertir pais e filhos com voos rasantes em Como Treinar seu Dragão e da refilmagem do clássico do terror A Hora do Pesadelo chegar aos cinemas e incomodar os cinéfilos. Passou por aqui também as aventuras mitológicas Fúria de Titãs e Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, os filmes de ação nonsense Esquadrão Classe-A e Os Mercenários, os de temática homossexual Eu Matei Minha Mãe e Patrick 1.5, os sucessos nacionais menores que “Tropa de Elite 2”, Chico Xavier e Nosso Lar e também os indicados ao Oscar 2010: Guerra ao Terror, o grande campeão do ano, vencedor de seis estatuetas, deu o Oscar de Melhor Direção à primeira mulher na história da sétima arte.

Foi um repleto de lançamentos, e para conferir a lista completa dos filmes que chegaram aos cinemas em 2010, é só clicar aqui.

Após uma longa ausência…

3 jan

Pois é, caros amigos, cá estou de volta. Após muito tempo – mais precisamente dois meses e dois dias – sem atualizar o Sindicato, decidi que a volta às minhas atividades blogueiras já não poderia mais ser adiada. A todos aqueles que acompanhavam o blog com frequência e que sempre apareciam por aqui vez ou outra para conferir um novo texto, peço desculpas pela ausência repentina.

Aconteceram muitas coisas nos últimos tempos e minha vida pessoal deu um giro. Expandi meu universo, conheci novas pessoas, me dediquei mais à escola e mudei meio que radicalmente. Posso dizer que este que vos fala agora deixou de ser aquele autor das críticas cinematográficas e dos balanços de bilheterias. Para falar a verdade, não escrevo algo que preste desde agosto, e por mais que eu tente voltar a escrever, não consigo passar da segunda linha. Volto com o blog agora fazendo uso daquele velho jargão de reveillon: “ano novo, vida nova!”. Aqui, aplica-se melhor a “ano novo, blog novo!”. E por mais que eu acredite que meus esforços de nada valerão daqui pra frente – estou entrando em ano de vestibular – pelo menos durante esse mês de janeiro e quiçá fevereiro, vou poder matar o tédio das férias dissertando sobre meu hobby preferido: o cinema.

Espero que este novo formato do blog agrade a todos, ainda que o visual mantenha-se o mesmo. A princípio, estarei sozinho, mas os nomes dos amigos colaboradores permanecerão no blog.

Aquele abraço!

 

Vinícius D.V. Cavalheiro

Janeiro de 2011.

O Encanto do Cinema: Como a Sétima Arte Atinge sua Vida?

31 out

Nessa segunda parte de nossa série de entrevistas, Alexandre Koball nos trará sua opinião a respeito do encanto e do poder do cinema na vida das pessoas. Koball é editor e fundador do site Cineplayers, e declara-se apaixonado por cinema há pelo menos uma década. Desde que o site começou suas atividades, em 2003, ele já criticou mais de 300 filmes, usando sempre sua visão afiada na hora de estabelecer um “veredito”. Ao longo dos anos veio conquistando fãs e admiradores por meio da paixão pela sétima arte.

Confira abaixo a entrevista:

Sindicato – Alexandre, você diz que se apaixonou pelo cinema há mais de uma década. Sendo assim, como você descreveria o cinema do seu ponto de vista?

Koball – Sim, é verdade. O cinema começou como um hobby (antes, eram os games) e virou uma paixão, uma forma de conhecer e me aprofundar sobre a vida, sentir emoções que somente através dele poderia sentir ou, esporadicamente, entreter-me.

Sindicato – Algum filme em especial pode ser considerado como o responsável por essa paixão pelo cinema?

Koball – A nova versão de Star Wars, apesar de hoje vê-la como filmes inferiores à trilogia original, me despertou esse sentimento. O tom épico que foi dado aos filmes em 1999 e 2002, a expectativa, a ansiedade, tudo isso contribuiu. Depois veio a trilogia O Senhor dos Anéis, que pegou tudo isso e jogou a níveis exponenciais. A partir daí vieram Trier, Kurosawa, Scorsese, e a lista segue…

Sindicato – Seu gosto pelo cinema o levou a fundar um site sobre o tema juntamente com outros cinéfilos. O que envolveu a criação desse site, desde os primeiros passos até a popularidade alcançada por ele hoje?

Koball – O que envolveu foi essa paixão crescente, a necessidade de ir além de assistir filmes. Sozinho, fazer algo assim era muito difícil, mas ao juntar quatro amigos de Internet com o mesmo sentimento, não apenas foi fácil (apesar dos desafios), como ajudou e muito a aumentar o conhecimento e a paixão sobre cinema. Desde o começo tudo que diz respeito ao site foi conquistado com nosso próprio trabalho, não ganhamos nada, jamais, e isso de certa forma nos motivou. A partir de 2003 foi um crescimento constante. Naquela época já existiam sites de cinema e não prevíamos que iria dar tão certo (era apenas um sonho), mas com a resposta dos leitores, a motivação para insistir e prosperar foi constante e aí vieram a segunda e a terceira versões. Pretendemos dar continuidade a tudo isso enquanto houver paixão.

Sindicato – Hoje a popularidade e a qualidade do site se devem a o quê?

Koball – Tentamos fazer o que os leitores gostam, na medida do possível. Temos milhares deles, apaixonados por cinema, e direcionamos o conteúdo do site e suas seções e funcionalidades ao que eles querem. Antes não era assim, a gente fazia o que achava que era melhor. Felizmente deu certo pois somos cinéfilos também e se a gente gostava então a maioria dos cinéfilos gostariam também, digo, com relação aos tops, críticas de clássicos, estilo dos fóruns. Mas hoje, até pela concorrência, estamos direcionando nossos esforços, mais do que nunca, a atender aos pedidos dos leitores. Por isso tantas promoções, cadastros direcionados aos leitores, implementação de funcionalidades que os leitores gostariam de ver. Misturamos isso ao que existe desde o começo do site, não queremos perder nossa essência também, e fazer algo seguindo a moda (no caso, mídias sociais), pois a moda sempre muda, já o cinema, acreditamos, é eterno.

Sindicato – Você nunca cursou nada a respeito de cinema ou a respeito de escrita. Então de onde vem essa habilidade incrível em criticar os filmes com um aspecto tão profissional?

Koball – Não me considero tudo isso, nem de longe. Como o site é muito popular, é fácil encontrar quem goste, na mesma proporção de quem critica negativamente. É o que acontece quando você se expõe publicamente. Mas, se há qualidades, acredito que elas venham de três coisas: paixão pelo cinema, pela leitura e pela escrita. Qualquer um que tenha isso dentro de si não precisa de formação acadêmica, nesse caso.

Sindicato – Sua postura indica que você tem uma opinião bem formada sobre todas as facetas do cinema. Então, com sinceridade, quais são os defeitos existentes nesse ramo?

Koball – O maior defeito, infelizmente, é o que faz ele ir em frente. É a questão comercial, fazer os filmes pelo dinheiro, atropelando o amor, ignorando a qualidade. Isso existe há décadas mas está muito forte hoje, mais do que nunca quase tudo é negócio, necessidade de faturamento. Mas, sem dinheiro, não dá para fazer os filmes verdadeiramente bons, a não ser com recursos particulares, e nesse caso seriam pouquíssimos os cineastas envolvidos na construção de obras-primas.

Sindicato – Quais são suas preferências no cinema? Diretores, atores, gêneros…

Koball – Amo o cinema de terror ou suspense, aquele que faz arrepiar a espinha, por isso sou apaixonado por Hitchcock, Polanski, e através do próprio site e dos próprios leitores e outros editores, pude experimentar muitas coisas novas nesse gênero. Mas também amo os épicos, por isso minha admiração por Ben-Hur, Senhor dos Anéis, etc. No fim das contas, fica impossível definir minhas preferências.

Sindicato – Qual sua opinião a respeito do cinema nacional?

Koball – Está decolando, finalmente. Ganhando variedade e grande público. Precisaria se desvencilhar do monopólio da Globo Filmes, ter um segundo nome com sua força, aí sim, seria questão de tempo até ele atingir as alturas.

Sindicato – Se você pudesse escolher, qual filme levaria o prêmio na próxima cerimônia do Oscar, e por quê?

Koball – É muito cedo para dizer, A Origem é o grande blockbuster do ano mas um filme assim não tem chance. Talvez A Rede Social, de Fincher, que deve ser fenomenal. Mas os grandes candidatos ainda virão, como The King’s Speech, 127 Hours e a refilmagem de Bravura Indômita, dos Coen. Vai ser interessante.

Sindicato – Em linhas gerais, como o cinema afeta sua vida?

Koball – Ele faz parte do dia-a-dia, sem exceções. Ele ajuda a definir minha personalidade (pois tiro coisas importantes de grande parte dos filmes) e conhecimento. Somos bem ligados.

Sindicato – Para terminar, gostaria que você citasse uma frase de algum filme que tenha um valor especial para você.

Koball – Não uma frase, mas todos os grandes diálogos de 12 Homens e uma Sentença. São arrepiantes sempre que revisito o filme.

Pôster de “The Way Back”

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